benjamim franklin
Nos últimos anos, a história da ciência vem sendo introduzida em materiais didáticos utilizados em sala de aula. Uma das razões para isso é a pressão de órgãos governamentais, tais como a Secretaria de Educação Básica, responsável pela avaliação destes livros dentro do
Programa Nacional de Livros Didáticos para o ens ino fundamental e médio. Os editais destes programas apontam para a importância da apresentação da ciência como construída historicamente (PNLD/2007), bem como “enfocar a evolução das idéias científicas, explicitando o caráter transitório e de não
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neutrali dade do conhecimento científico” (PNLEM/2007).
No entanto, a história da ciência presente nos livros didáticos analisados é superficial, com muitos erros historiográficos e além do mais, transmitem visões sobre a natureza da ciência e seu método que não co rrespondem aos conhecimentos epistemológicos atuais. De uma maneira geral, estes livros reforçam a idéia da existência de grandes gênios, valorizam apenas os conhecimentos que coincidem com os aceitos atualmente e, além disso, muitas obras trazem uma visão empírico - indutivista sobre a dinâmica cientifica.
Este trabalho analisa como a história da eletricidade é apresentada em livros didáticos voltados tanto para o ensino fundamental quanto para o médio. Em particular analisamos como as contribuições de Benj amin Franklin são abordadas do ponto de vista da qualidade das informações históricas e das idéias sobre a natureza da ciência (
M
c
C
omas,
A
lmazroa &
C
lough
1998)
que estes relatos históricos induzem.
A eletricidade no século XVIII
Dentre todos os fenômenos que ocupavam os físicos, a eletricidade foi o que trouxe mais contribuições fundamentais para a física no século XVIII. Na metade deste século, o estudo dos fenômenos elétricos era um dos ramos principais da física experimental. O estudo intensivo – e as demonstrações públicas
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de descargas elétricas, choques e outros efeitos tornou - se possível