Belo Monte

A polêmica construção de uma Hidrelétrica em Vitória do Xingu no Pará faz com que possamos refletir sobre diferentes aspectos. Não podemos atrelar o problema, como muitos acreditam, apenas ao meio ambiente e à causa indígena, está mais que claro que esses dois pontos nos trazem discussões essenciais quando falamos de Belo Monte, mas existem outros problemas que talvez não estejam tão explícitos, pois são barrados pela mídia, como por exemplo os problemas relacionados aos trabalhadores das obras em Belo Monte.
O consórcio de empreiteiras responsável pelas obras de construção em Belo Monte demitiu 170 operários após um protesto que reuniu 1.800 trabalhadores, os operários reivindicavam melhores condições de trabalho e outras reivindicações foram relacionadas ao aumento do vale-alimentação, diminuição no intervalo das folgas para visita a família, e ao fim de desvios de funções, que ocorrem constantemente com os trabalhadores das obras. Mais do que previsto, a empresa declarou que as demissões não foram em decorrência dos protestos, mas ficou claro que o ocorrido fez parte de uma perseguição política. A construção da Hidrelétrica foi imposta pelo governo, e da mesma forma todas as empresas relacionadas com as obras estão atuando de acordo como tudo começou, as regras são impostas e cabe as pessoas apenas aceitarem, não há escolhas, tudo o que estiver no caminho do que foi determinado será retirado ou excluído. Da mesma forma, como não poderíamos deixar de citar, aconteceu com os índios habitantes das terras em Vitória do Xingu, o governo não enxerga a terra como um patrimônio da humanidade, não respeita que as pessoas tenham culturas e valores diferentes, monopoliza tudo que está ao seu alcance e utiliza do poder para que tudo ocorra como eles planejam. É antiga a discussão sobre a construção da Hidrelétrica, é algo que está sendo postergado desde 1989. Em 2002 quando o projeto foi retomado pelo governo foi declarado que as obras de engenharia não estariam