BEIRADA SECA
Pingadeira é opção mais eficiente para afastar água de chuva da fachada, mas há recursos alternativos como bunhas, frisos e ressaltos. Conheça as diferenças entre os modelos
Thiago Oliveira
Edição 137 - Agosto/2008
Água só é interessante à construção durante o período de execução das obras. Concluídos os trabalhos, o líquido freqüentemente torna-se um empecilho. Em tempos chuvosos, acumulado nas fachadas de edifícios, por exemplo, provoca manchas e reduz a vida útil dos materiais. "A boa técnica sempre recomenda que se afaste o mais rápido possível as lâminas d´água que escorrem pelas fachadas", observa o pesquisador Ercio Thomaz, do Cetac/IPT (Centro Tecnológico do Ambiente Construído do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo).
O mecanismo mais eficaz remonta à instalação de pingadeiras sob os peitoris das janelas. Os peitoris em si podem ser pré-moldados ou fabricados no próprio canteiro, com concreto ou graute industrializado, em fôrmas metálicas. Por pingadeira em si compreende- se apenas a linha ranhurada, abaixo dos peitoris, que intercepta a lâmina d'água, resultando pingos que se projetam afastados da fachada.
Há que se atentar, porém, à natureza higroscópica dos materiais de construção. Areia, cimento, cerâmica, concreto, argamassa - todos têm uma atração molecular por água. "A retenção de umidade propicia o surgimento de fungos. Esses organismos expelem uma substância ácida que ataca cimento, cal, argamassa de revestimento, pintura", descreve Thomaz. Com isso, a penetração da umidade para o interior do prédio e dos apartamentos torna-se conseqüência previsível.
"Por tudo isso é importante a adoção de medidas não só na janela, mas em toda a fachada", lembra o pesquisador. Destacam-se aqui pelo menos outros três recursos auxiliares na dissipação de água ao longo de fachadas com revestimentos de argamassa: o ressalto, a bunha e o friso.
Ausência de pingadeiras retém umidade e causa manchas em fachadas