Beijinho no Ombro e o novo funk
O papel da mídia torna-se um excepcional ponto de partida no que diz respeito à controle comportamental do meio. E, enquanto a Globo coroa a Anitta como rainha do funk, outras muito mais merecedoras do título mantêm-se na luta diária do seu lugar ao sol. Para ser aceito, o funk deixou sua essência, seus palavrões, sua linguagem curta e grossa e toda a sua putaria de lado pra tratar de assuntos adolescentes e supérfluos. Que exista alguém cantando sobre namorados e problemas existenciais é ótimo, porque eu não sei se ficaria satisfeita tendo a minha irmã de 9 anos enchendo a cabeça de pintos e quicadinhas no chão, mas que exista também aqueles que não se curvam diante as necessidades de mudança para serem aceitos.
Particularmente, nunca entendi o discurso de ódio ao funk que todo brasileiro faz. Afinal de contas, é terrível se imaginar cantando algumas obscenidades às 4 da tarde de uma terça-feira ensolarada. Mas é completamente plausível rebolar, sem vergonha, ao som de Lady Gaga, Katy Perry e 50 cent – se você não sabe o que está cantando, tá ótimo. Inclusive, já falei algo sobre (pequenas obsessões com o funk no cenário musical, confesso). [http://anaunplugged.com/culturalizacao-do-funk/]).
Agora, cansada de lutar contra a existência desse ritmo tão forte, a mídia vê-se na obrigação de limitar o que pode ou não ser vendido, o que pode ou não ser