Batalha pelo imaginário popular republicano
CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas: o imaginário da República no Brasil. 2º ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. 166 p.
Partindo de um certo mapeamento entre as correntes ideológicas presentes na Primeira República, o autor José Murilo de Carvalho (doutor em ciência política pela Universidade de Stanford e professor titular do Departamento de História da UFRJ) discorre sobre como se consolidou o novo regime político e o imaginário popular republicano. Para isso, ele passa a interpretar símbolos, hinos, mitos, imagens, heróis, toda a simbologia que os republicanos brasileiros foram buscar na América e na Europa, tudo o que era utilizado com o intuito de “formar almas” (termo tirado da Revolução Francesa), no sentido de moldar o ser de acordo com as idéias de cada grupo.
O livro possui seis capítulos que procuram esclarecer a batalha travada entre as correntes ideológicas da época pelo imaginário popular republicano. No primeiro capítulo, o autor introduz o leitor na discussão sobre a idealização da república e descreve resumidamente as três correntes ideológicas que disputavam o imaginário popular republicano; o segundo capítulo trata do mito de origem, uma batalha pela versão oficial dos fatos ocorridos na proclamação da república; no terceiro capítulo ele expõe a idealização em torno de Tiradentes e discute o que favoreceu essa figura como herói nacional; já no quarto capítulo, ele discute acerca da visualização da república na forma de mulher, de influência francesa, e porque esse símbolo não foi aceito no Brasil; o quinto capítulo vai discutir sobre a batalha em torno da bandeira e do hino; e no sexto, e último, capítulo, ele faz uma rápida análise da manipulação do imaginário republicano feita pelos positivistas ortodoxos.
Já na introdução, José Murilo de Carvalho define o objetivo do livro: analisar a batalha travada pelo imaginário popular no início da República. O