Base Curricular do estado de Pernambuco
4.3 A transposição didática e a transformação dos saberes
Ancorada nas concepções de aprendizagem, e fortemente articulada ao conceito de contrato didático, aparece a idéia de transposição didática, freqüentemente dividida em dois grandes momentos, a transposição didática externa e a transposição didática interna. A primeira toma como referência as transformações, inclusões e exclusões sofridas pelos objetos de conhecimento desde o momento de sua produção, até o momento em que eles chegam à porta das escolas. Atuando, de certa forma, em uma esfera exterior à escola (mas sempre como resposta a demandas dela), o produto dessa transposição didática externa se materializa, em sua maior parte, pelos livros didáticos e pelas orientações curriculares, como o presente documento.
Por outro lado, a transposição didática interna se apresenta, por sua própria natureza, no interior da escola, e, mais particularmente, em cada uma de nossas salas de aula. É o momento em que cada professor vai transformar os conhecimentos que lhes foram designados para serem ensinados em objetos de conhecimento efetivamente ensinados. As escolhas efetuadas pelo professor é que determinam, de certa maneira, a qualidade das aprendizagens realizadas pelos alunos.
Nesse processo de transposição, a temporalidade, associada à aparição dos objetos de conhecimento no cenário didático, também surge como elemento importante nas aprendizagens realizadas pelos alunos. Se nos referirmos ao processo de transposição didática externa, podemos pensar que a apresentação do conhecimento que chega à porta de nossas escolas aparece segundo uma organização linear, regida pelo tempo legal, ou seja, aquele determinado pelos referenciais curriculares, e pelo tempo lógico, que organiza, de uma certa maneira, a apresentação e a articulação dos objetos de conhecimento, criando uma espécie de cadeia.
A partir desse momento, com a entrada em ação da transposição