Barão de Mauá
O filme “Mauá: o Imperador e o Rei”, dirigido por Sérgio Resende e lançado em 1999, traz luz sobre a vida de Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, que pode ser considerado como o pioneiro na industrialização e modernização do Brasil. Durante o
Segundo Reinado, na segunda metade do século XIX, Mauá apresentou uma visão econômica muito distinta daquela que reinava no Império, a qual pautou seus sucessos e seus desafetos.
Durante seu amadurecimento profissional, Irineu atuou como comerciante, à margem do agronegócio de exportação que dominava a economia brasileira. Seu trabalho junto a Mr. Carruthers – britânico – e seu contato com as ideias liberais de Adam Smith e outros economistas clássicos o opunham ao ideal fisiocrata dominante no Império. E essa oposição se manifestava, basicamente, em duas vertentes: a oposição entre agricultura e indústria e a dicotomia do trabalho livre e trabalho escravo.
Mauá acreditava que o Brasil não estava fadado a um destino agroexportador e que poderia sim modernizar-se e tornar-se um país industrializado. Essa característica liberal baseia toda a evolução de sua vida profissional. Sempre atuando diretamente com atividades comerciais, a influência de seu tutor britânico o colocou em contato com uma realidade inglesa, pautada no desenvolvimento industrial. E para tanto não poupou esforços em modernizar o Brasil: seja na instalação de indústrias, seja na criação de estradas de ferro, entre outros. Irineu buscava demonstrar às elites da Corte que havia futuro na modernização e industrialização do Brasil, a exemplo do que ocorria na Inglaterra.
As ideias de Irineu têm como base os clássicos da economia, as ideias liberais de Adam Smith e outros. Crê na autorregulação dos mercados e repugna a escravidão. Mas, ao mesmo tempo que propaga o livre mercado, o lucro e a não participação do Estado na economia, vale-se de sua influência nos círculos maçônicos