Balanço Patrimonial
Não podemos voltar no tempo e corrigir os inúmeros equívocos realizados em relação à raça negra em nosso país, e que criaram a situação de marginalização e exclusão a que a maioria deles está exposta hoje. Mas podemos fazer algo daqui pra frente com o intuito de tentar amenizar ou corrigir esta desigualdade. Negros e brancos não concorrem em pé de igualdade, pois não possuem igualdade durante a vida. Entre um branco pobre e um negro pobre, as chances do branco crescer são maiores, pois ele sofre apenas um processo de marginalização. O branco pobre é excluído por que é pobre. O negro pobre sofre uma dupla exclusão, porque é pobre, e porque é negro.
Para um mesmo estrato de origem social, pretos e pardos enfrentam maiores dificuldades em seu processo de mobilidade ascendente, estão expostos a níveis maiores de imobilidade. O resultado é um perfil de realização ocupacional mais modesto para estes grupos e que só em extensão muito limitada pode ser atribuível às diferenças de origem social (SOUZA apud BERNARDINO, 2007, p. 76).
Dizer que o ideal seria então lutarmos para que negros e brancos tenham uma mesma formação seria chover no molhado. Todos sabem desta necessidade de se melhorar as escolas públicas para que as classes mais baixas da população pudessem concorrer em pé de igualdade. Mas até quando vamos esperar esta melhora? Até quando vamos fechar os olhos e jogar o problema apenas para as escolas públicas? Isto é lavar as mãos e dizer que o problema não é nosso.
Façamos algo já! Tratemos o problema em todas as suas instâncias. Só assim poderemos garantir a tão sonhada igualdade entre brancos e negros. Queria eu poder dizer que a sociedade brasileira está se conscientizando de seu racismo, e que resolveu expurgá-lo de seu