balanço do neoliberalismo
O neoliberalismo nasceu logo depois da II Guerra Mundial, como uma reação teórica e política veemente contra o Estado intervencionista e de bem-estar social. Um grupo de economistas intelectuais fundaram, em 1947, a Sociedade de Mont Pèlerin, um clube social altamente dedicado e organizado para promover o neoliberalismo, com reuniões a cada dois anos. Seu principal mentor foi Friedrich Hayek.
Hayek tinha como propósito combater o keynesianismo* e o solidarismo reinantes e preparar as bases de um outro tipo de capitalismo, duro e livre de regras para o futuro. Hayek e seus companheiros desejavam uma sociedade desregulada: argumentavam que o novo igualitarismo relativo da década de 50 e 60, promovido pelo estado de bem-estar social, destruía a liberdade dos cidadãos e a vitalidade da concorrência, da qual dependia a prosperidade de todos.
Em poucas palavras, a exploração, o domínio do mais forte sobre o mais fraco, assim como na natureza selvagem, seria elemento essencial da sociedade humana. O individualismo atinge seu ápice. Palavras como solidariedade não passam de campanha de marketing, atraindo recursos em interesse de alguns.
Sistema ganha força com a crise e enfraquece o sindicalismo
A chegada da grande crise do modelo econômico do pós-guerra, em 1973, quando todo o mundo capitalista avançado caiu numa longa e profunda recessão, combinando, pela primeira vez, baixas taxas de crescimento com altas taxas de inflação, mudou tudo. Foi o momento oportuno para a Sociedade de Mont Pèlerin atacar, plantando a idéia nas mentes dos políticos, empresariado e gestores de estado.
As raízes da crise, afirmavam Hayek e seus companheiros, estavam localizadas no poder excessivo e nefasto dos sindicatos e, de maneira mais geral, do movimento operário, que havia "corroído as bases de acumulação capitalista com suas pressões reivindicativas sobre os salários e parasitárias para que o Estado aumentasse cada vez mais os gastos sociais".
As reformas