Balanço de pagamentos: uma volta de 360° (resenha)
O país pode estar em um curso delicado de expansão da demanda doméstica, que ainda não refletiu nas contas externas devido a um ganho nos nossos termos de troca, mas que ao longo prazo pode restringir o financiamento externo. É necessário dizer que ao longo de décadas, o Brasil alterna entre períodos de forte expansão, alicerçados em grandes financiamentos externos, com propósito de ajustar os desequilíbrios da conta-corrente, com outros períodos de crise e estagnação, quando não é possível manter um déficit em conta-corrente, obrigando o país a transferir recusos para o exterior.
Sendo assim, os últimos anos foram de exceção histórica. Guiado pelas políticas de ajustes do segundo governo FHC e nos primeiros anos do governo Lula, o país retomou o crescimento em 2004.
Cabe frisar que a economia do país mudou drasticamente com a introdução de um regime de câmbio flutuante. Aliado a isso ao grande volume de reservas, a economia torna-se mais forte, do que quando os déficits em conta-corrente começaram a se expandir.
1.UM BALANÇO DA HISTÓRIA Na história econômica do Brasil, há diversos momentos em que o país ficou exposto às clemências de um mercado internacional volátil, sofrendo com as oscilações do mercado, perdendo assim gruas de autonomia. Em resumo, esses episódios, no primeiro momento, os termos de troca eram favoráveis e/ou a ampliação dos fluxos financeiros para o país estimulavam fortemente o crescimento da demanda doméstica, sendo necessário o financiamento externo para “cobrir” o crescente déficit em conta-corrente, seguidos de um segundo momento em que havia uma reversão dos termos de troca e/ou escassez de financiamentos externos que precipitavam uma retração da demanda doméstica. O país aprendeu que nesses casos a importância de evitar que os financiamentos externos atinjam elevados patamares, levando em conta sua capacidade de acessar o mercado interno em momentos de crise externa. O problemas dos