Bacharel
PUBLICIDADE E PROPAGANDA - 6º Período - Tarde
RESENHA:
"O TEMPO E O CÃO"
Maria Rita Kehl
Maria Rita Kehl como a intelectual que é, não buscou apenas estudar a psicanálise como forma de ganhar a vida, seu engajamento com as causas sociais e políticas eram mais importantes. Sua verdadeira missão está pautada na ética e na desalienação do sujeito, seja no nível social ou individual.
Como citado no próprio livro, segundo a Organização Mundial e Saúde (OMS), aproximadamente 123 milhões de pessoas no mundo todo sofrem de depressão, sendo a doença mental com maior expansão. Até 2020 será considerada a segunda doença com maior causa de morbidade, perdendo apenas para a as doenças cardiovasculares.
Há um crescimento dos casos de depressão no mundo todo, nos Estados Unidos por exemplo, "o mercado de antidepressivos vem aumentando a uma taxa de cerca de 22% ao ano, o que representa uma movimentação anual de 320 milhões de dólares. (P.46)". No plano social vemos que há uma percepção patológica dessa doença, sendo considerada um mal para a sociedade capitalista que vivemos. Desse modo o depressivo se sente ainda mais pressionado e recorre aos milagrosos remédios que prometem resolver os problemas, mas na verdade são os grandes responsáveis por causar dependência, além é claro, de engrandecerem os grandes laboratórios farmacêuticos. Maria Rita Kehl critica o uso desordenado de substância medicamentosas dizendo que isso atrapalha o diagnóstico e o tratamento do sujeito.
Para contextualizar sua obra, Maria Rita defende a ideia de que a melancolia estava para a antiguidade assim como a depressão está para a contemporaneidade, ou a histeria estava para a época vitoriana. Ela inicia seu argumento a partir da ideia pré-freudiana de melancolia, onde em cada época haveria uma doença sinalizadora do mal-estar existencial de uma sociedade. Para a autora, isso serve como substrato para analisar os problemas sociais e