Bacharel
Bourdieu em seu texto, retrata o campo científico como um espaço de jogo em meio a uma luta concorrencial. O que está em jogo nessa luta é o domínio de uma certa autoridade científica, definida como capacidade técnica e poder social, ou como o autor aponta, monopólio da competência científica, podendo assim falar e agir de forma legitima e com autoridade em nome da ciência, não rompendo com a imagem de comunidade científica que a hagiografia científica descreve. O autor aponta que o funcionamento do campo produz uma forma específica de interesse, esse interesse por uma atividade científica possui dupla face, ou seja, a maioria das práticas estão orientadas para a aquisição de autoridade científica ( prestígio, reconhecimento), assim como as estratégias que asseguram a satisfação desse interesse. O autor trata de uma forma genérica da constituição e funcionamento dos campos de produção de bens simbólicos, isto é, as denominações campos da produção de bens simbólicos ou campo da produção cultural, e campo intelectual, são utilizadas por Bourdieu quando se refere a diferentes campos da produção de bens culturais e simbólicos, o campo científico, o campo universitário, o literário, o artístico e etc. Bourdieu formula três conceitos que são centrais para o entendimento de seu pensamento e que se inscrevem na tentativa de superar a dicotomia ator versus estrutura na análise sociológica, que são os conceitos de habitus, de campo e de estratégias.
De acordo com o autor, o conceito de habitus pode ser definido como um sistema de disposições duráveis e socialmente constituídas que, um agente ou um conjunto de agentes, guiam e dão significado às suas ações e representações. O habitus sendo produto de um trabalho constituído ao longo da vida do indivíduo, é uma estrutura que é sempre atualizada perante às novas situações e às ações práticas dos indivíduos. Sendo assim, são estruturas que ultrapassam o nível da consciência e fazem a