bacharel em comunicação social
Um herói clássico na música moderna
Por Lucas Naylor
Ecos da cultura grega, tamanha sua influência, ainda ressoam em muitos ramos de nossa própria cultura pop. Em alguns de forma mais óbvia que em outros, é verdade, mas o espectro grego paira ainda onipresente sobre nós. Na música popular contemporânea, contudo, essa influência não parece estar tão demarcada como nas histórias em quadrinho ou na literatura. As temáticas e formatos convencionados pela música pop dão pouca ou nenhuma margem aos temas de aspiração grega, salvo em casos muito excepcionais como o de “Tales of Brave Ulisses” da banda Cream, para citar um exemplo banal. Contudo, é justamente de uma canção pop que trata este trabalho. Não foi uma escolha leviana e nem forçosa, mas realmente bastante natural e condizente com as pretensões deste escrito. Se fosse qualquer outra obra de qualquer outro artista, talvez não me fosse possível trazer à tona todas as questões que com minha escolhida pretendo trazer. A música em questão chama-se “Thick as a Brick”, da banda inglesa Jethro Tull. Alguns esclarecimentos, antes que comece a analisar o conteúdo lírico da canção, se fazem necessários. “Thick as a Brick” é uma das obras mais conhecidas do Jethro Tull, e invariavelmente uma versão figura nas apresentações ao vivo da banda, mas mesmo assim são poucos os fãs que são capazes de recitá-la em sua totalidade. Isso porque, com mais de 40 minutos de duração e quase 1.500 palavras na letra, “Thick as a Brick” é a única faixa do álbum homônimo lançado em 1972. Ela é historicamente dividida entre os dois lados do LP original (o primeiro contendo os primeiros 22 minutos e 40 segundos, o segundo com os últimos 21 minutos e 11 segundos), e divisão também ocorre nos lançamentos em CD. Entretanto, “Thick as a Brick” foi idealizada e produzida com o intuito de que o ouvinte a escutasse em sua totalidade, visto que o lado 2 começa aonde o 1 parou, possibilitando, assim, uma