Medianeras Psicossociologia da Família

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No filme Medianeiras (2001) podemos perceber, com certa facilidade, a partir da visão do diretor argentino Gustavo Taretto, os ideiais e as práticas amorosas na pós-modernidade. O filme nos proporciona reflexões sobre a era virtual que vivemos, na qual nos aproximamos de quem estamos longe, e nos distancia de quem estar perto. Ou mesmo propicia a vivência de uma vida que não é real, e possibilita a fuga da realidade que, muitas vezes, sufoca e origina fobias diversas. Um dos personagens principais, Martín, diz que vive a "cultura do inquilino", que nada mais é do que viver a ausência de afeto e apego às coisas. E tal afirmativa nos faz pensar na 'coisificação' das relações. Numa pesquisa rápida na internet sobre coisificação, o que surgue logo de imediato são blogs que falam da coisificação do homem. Num dos artigos, o autor, que se chama André, define da seguinte forma tal conceito: 1"A 'coisificação' do homem é um sinal do trágico destino da humanidade: a banalização da vida, a perda de valores éticos e morais, invertendo a prioridade da “coisa” sobre a vida. O crescente hedonismo coisifica o homem, pois este passa a ser um instrumento com uma finalidade única e suprema do prazer". Esta finalidade única e superma do prazer é o que norteia hoje as relações amorosa. Vieira e Stengel (2012), numa reflexão sobre tais relações na sociedade pós-moderna, nos propõe pensarmos os ideias e práticas amorosas hoje a partir do amor romântico e do amor líquido. O amor romântico surge da contestação do amor burguês, no qual os casamentos se davam por interesses familiares e econômicos. E estabelece uma nova visão de relacionamento, envolto por uma áurea mágica, encantada, de completude, na qual a ênfase está na intimidade, troca de sentimentos e na comunicação dos mundos internos dos que se envolvem (STENGEL; VIEIRA, 2012). Percebemos que ao romper com o amor burguês, o amor romântico suscita o surgimento de um ideal de amor, e é esta idealização de amor que

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