Avulsão dental
A avulsão dental é uma injúria rara e complexa que afeta múltiplos compartimentos teciduais. O ligamento periodontal (LP), o osso alveolar, o cemento, a gengiva e a polpa dental são todos danificados quando um dente é avulsionado. Esse dano inclui a dilaceração do epitélio gengival, ruptura do LP, injúria ao cemento e ao osso alveolar, e ruptura do feixe neurovascular da polpa dental. Similarmente, o padrão de cura para um dente reimplantado é um processo complexo que depende do potencial de cura dos compartimentos celulares e do ritmo no qual cada um deles se recupera. A recuperação é também complicada pelas condições do acidente da avulsão, do manejo do reimplante e de fatores específicos do paciente. Um entendimento das contribuições relativas de cada uma destas variáveis para a cura é imperativo para o desenvolvimento de guias e padrões clínicos para o manejo de dentes avulsionados. Dentre os vários tipos de lesões traumáticas, a avulsão dentária - completa exarticulação do dente de seu alvéolo, figura como uma das lesões mais prevalentes de acordo com dados estatísticos, apontando freqüências que variam de 0,5 a 16,0 % nos dentes permanentes, e de 7,0 a 13,0% na dentição decídua. Atualmente, o reimplante dental - reposicionamento do dente em seu alvéolo, tem sido amplamente aceito como um meio efetivo de se preservar dentes avulsionados. O levantamento clínico realizado por ANDREASEN e HJORTING-HANSEN (1966) representou um marco na compreensão dos fenômenos relacionados à cicatrização após o reimplante de dentes avulsionados. Os autores foram os primeiros a correlacionar os processos de reabsorção ao período extra-oral de dentes avulsionados. Seus achados demonstraram que os dentes reimplantados dentro de um período de até 30 minutos apresentaram melhores índices de sucesso que aqueles recolocados após longo período extra-oral. A partir destes resultados, os autores revolucionaram o tratamento da avulsão dental, recomendando o