AVE
Prof. Werneck
Começaremos a ver o tema AVC pelas síndromes observadas no acometimento de diferentes artérias encefálicas. O quadro sintomático pode auxiliar na delimitação das lesões ainda durante o exame físico. Para isso, temos que rever a irrigação cerebral:
- A carótida interna dá origem ao Polígono de Willis, um complexo vascular responsável pela maior parte da irrigação cerebral. O polígono dá origem as artérias cerebrais anteriores e cerebrais médias. - De origem distinta, as artérias cerebrais posteriores são provenientes da artéria basilar, esta originada na confluência das artérias vertebrais. - Além destas, temos a artéria comunicante anterior, que conecta o polígono pela união das cerebrais anteriores, e as comunicantes posteriores, que comunicam as cerebrais médias com as cerebrais posteriores, construindo um complexo que permite o acesso alternativo do sangue a regiões cujas artérias foram ocluídas .
As Síndrome do AVE:
- Artérias Cerebrais Anteriores: FIGURA HARRISON 18ed. PAG 3286
Essa artéria, que faz parte do sistema carotídeo de irrigação cerebral, é responsável pela nutrição interna medial dos lobos frontal e parietal. O final da artéria irriga o córtex motor e o córtex sensorial, respectivamente. Alcança o Homúnculo de Penfield bem na região dos membros inferiores e a região de controle esfincteriano. Pensaremos então em um acometimento contralateral de MMII e incontinência urinária. Geralmente, o sangue da outra artéria anterior não ocluída supre parcialmente as necessidades durante uma obstrução, levando apenas a um quadro de monoparesia contralateral. O poder de decisão do ser humano é processado no córtex pré-frontal, o que pode ser afetado num quadro como esse. O paciente pode se tornar abúlico, ou seja, sem poder de decisão, sem vontade (apatia). Como já foi dito, parte do lobo parietal também é irrigado por elas. Portanto, um acometimento dessa artéria também pode levar a perda de sensibilidade, também