Avanços e limites da sustentabilidade social
Analisar o percurso da noção de sustentabilidade social é o objetivo deste artigo. Após contextualizar os debates em torno dessa noção, nas últimas três décadas, evidencia-se que, apesar dos avanços em sua formulação, predomina ainda um tipo de enfoque que privilegia as mudanças técnicas que contribuiriam para ampliar a qualidade de vida. Sua aplicação, tanto na definição de políticas de desenvolvimento como nos debates acadêmicos, se faz sem o devido reconhecimento de que existem certas barreiras, colocadas pela própria lógica do funcionamento do sistema capitalista, que limitam a viabilidade da sustentabilidade social.
INTRODUÇÃO
Quando se fala de meio ambiente em termos gerais está-se considerando a natureza externa ao ser humano. Porém, toda a discussão sobre a crise ambiental moderna, e sobre uma alternativa ambientalmente mais saudável para o desenvolvimento humano, considera a sociedade humana como fazendo parte do meio ambiente. O próprio conceito de desenvolvimento sustentável nasceu incorporando à sustentabilidade ambiental uma sustentabilidade social e econômica.
Neste artigo, buscamos analisar o percurso da sustentabilidade social ou socioeconômica no discurso do desenvolvimento sustentável. Chegamos à conclusão de que, embora tenha-se avançado no que diz respeito à sustentabilidade social, tanto nas políticas de desenvolvimento quanto na discussão acadêmica, existem certas barreiras, colocadas pela própria lógica do funcionamento do sistema capitalista, que limitam a viabilidade da sustentabilidade social.
A TRIDIMENSIONALIDADE DA SUSTENTABILIDADE
A consciência da crise ambiental moderna se consolida, no final da década de 60 e começo da década de 70, com uma série de livros, congressos e encontros internacionais colocando, todos eles, a necessidade de se rediscutir o desenvolvimento, devido aos danos que ele próprio estava gerando sobre a natureza externa. Porém, e apesar do amplo leque de posições, a preocupação com a