Avaliação Neuropsicológica na Encefalopatia de Hashimoto: Em Relato de Caso
A encefalopatia de Hashimoto (EH) é uma condição neurológica rara que foi descrita por Brain, Jellinek e Ball em 1966 e está associada à presença de altas concentrações de anticorpos anti-tireoideanos e à tireoidite de Hashimoto (Cerqueira, Bezerra, Magalhães, Rozenthal, & Nardi, 2008). Desde então, cerca de 100 casos foram descritos na literatura (Aquino, & Mutarelli, 2009). Segundo Archambeuad et al. (2001), as encefalopatias associadas à tireoidite de Hashimoto são raras, porém sua existência ainda é provavelmente subestimada. A EH acomete predominantemente mulheres na quarta década de vida, com média de idade de 44 anos, sendo que 90% dos casos descritos na literatura afetam o sexo feminino (Aquino, & Mutarelli, 2009; Archambeaud et al., 2001; Luque, Pomar, & Echebarria, 2002).
Sintomas
Os sintomas apresentados pela paciente é de hipotireoidismo, com pele seca, sonolência, fraqueza generalizada, fadiga muscular, falta de iniciativa, unhas fracas e quebradiças, queda de cabelo, que também estão finos, intestino lento, bradicardia (frequencia cardíaca baixa), queda da pressão arterial. Cêrca de 50% dos pacientes com hipotireoidismo referem problemas com a memória.
A encefalopatia associada a tireoidite de Hashimoto pode manifesta-se como uma síndrome de crises recorrentes com alterações cognitivas leves, ou como um distúrbio de demenciação flutuante com psicose e convulsões. As mulheres são mais afetadas que os homens. Os anticorpos antitireoperoxidase e antitireoglobulina relacionam-se casualmente à encefalopatia. Atualmente não existe um marcador definitivo para esta doença.
Manifestações neurológicas
Existem dois tipos mais característicos de apresentação clínica, que podem ser sobrepostos. O primeiro é o tipo vasculítico de EH, que é caracterizado por episódios vasculares pseudoictais, que podem resultar em déficits neurológicos focais de forma aguda ou subaguda