Avaliação da aprendizagem
Da excelência à Regulação das Aprendizagens
Entre Duas Lógicas
Resumo
Introdução
O autor inicia o texto enfatizando o caráter problemático, por vezes ambíguo da avaliação. Para alguns, é uma experiência positiva, para outros, um martírio que se perpetua. De modo que, quando se trata de avaliação, não há unanimidade, sempre há criticas quando ao rigor, à arbitrariedade, a incoerência ou à falta de transparência nos critérios. A avaliação como uma forma de criar “hierarquias de excelência” transforma-se no instrumento de definição de um tipo modelo de aluno, mas não encerra a discussão acerca de um modo adequado e consensual de verificação. Perrenoud aponta que o debate em torno de alternativas é incessante e cada geração trata o problema como se acrescentasse algo de novo. Entretanto, as antigas práticas resistem: que falem as notas. Apesar disso, ele acredita em uma mudança gradual do modelo obsessivo de excelência para um modo de avaliação formativa na tentativa de eliminar uma das contradições do sistema educativo. Ele acrescenta que seu objetivo não é propor um modelo de avaliação, mas a análise de pedagogias diferenciadas; trazer para o debate atual as duas principais lógicas do sistema avaliativo: uma tradicional e outra emergente. Para Perrenoud a avaliação tradicional evidencia o processo seletivo, prova disso é a capacidade de formar hierarquias de excelência; as “pequenas” hierarquias vão sendo montadas no decorrer do ano letivo e antecipam resultados que conferem à avaliação uma dupla função: para a família avisa para o que poderá ser um problema ou não a depender da manutenção dos resultados. Estas hierarquias mais informam sobre a posição de um aluno no grupo do que sobre os seus conhecimentos e competências. Além disso, o ponto de ruptura que pode ser de apenas um décimo na escala, cria uma dicotomia que condena previamente, uns a uma carreira menos promissora, enquanto outros ganham habilitação para seguirem nos estudos. A