Auto Estima e Alimentação
Para uns, essa frase não passa de uma música que ficou famosa na voz de Caetano Veloso. Para outros, é a mais pura verdade. Em qual grupo você está?
Valéria era uma modelo linda. Olhos claros, cabelos longos e 56 quilos bem distribuídos em um corpo de 1,77 metro de altura. Chegou ao auge da sua carreira aos 27 anos. Mas fatores emocionais, cercados pela falta de estímulos, o descuido e a impulsividade, levaram Valéria a um processo desenfreado de gula. Hoje, aos 32 anos, a ex-modelo está com 87 quilos e exausta das dietas que iniciou e parou sem emagrecer. Sente-se feia, não desejável e prefere esconder o corpo. Não tem força para resgatar a silhueta perfeita que exibia cinco anos atrás.
Histórias como a de Valéria se proliferam pelo mundo -- e os motivos para chegar à obesidade são diversos. Salvo alguns casos de saúde que comprometem os fatores biológicos, a maioria dos casos de descuido com o corpo tem suas raízes fincadas no campo emocional. Nessa trama, a baixa autoestima é uma vilã comum.
O assunto é delicado. Há vários conselhos a quem deseja recuperar o tão falado amor próprio. Sugerir o elevo desse sentimento a partir de fórmula mágica é fácil -- e surreal. Autoestima não se compra e tampouco se obtém através de comando de voz. As pessoas frequentemente me perguntam: "por que eu não me amo?". E eu sempre respondo: "pergunte a você".
O indivíduo é único. É impossível padronizar respostas. Embora os dramas sejam parecidos e recorrentes, cada um sofre por um motivo e tem a sua forma de lidar com o incômodo. No entanto, a busca costuma ser a mesma: acabar com o problema. E o primeiro passo para se livrar de algo indesejável é saber que ele existe.
Nós estamos sempre em busca distração e compensação. De forma geral, ao experimentarmos algo apraz, nossa mente nos envia uma resposta de satisfação. Em um círculo vicioso, depois do prazer, inicia-se uma nova procura por essa agradável sensação. Esse