Auto do busao
Edição: 01 Data: 15/09/2011
Má distribuição de renda é histórica
A distribuição irregular das riquezas no Brasil é histórica e ainda pode estar longe de um final feliz, apesar de estudos recentes apontarem um discreto avanço na redução da desigualdade nos últimos anos. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada no último dia 14 pelo IBGE, mostra que o índice Gini caiu de 0,58, em 1996, para 0,54, em 2006. “Mas ainda é insignificante perante a gravidade do problema”, afirma o técnico do instituto, Luís Alceu Paganotto.
De acordo com o professor do departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná, Demian Castro, além das pesquisas realizadas pelo IBGE, trabalhos de várias correntes metodológicas apontam para uma queda na concentração de renda que tem ocorrido no Brasil principalmente desde 2003. “O fato de a inflação ter sido controlada favoreceu esse resultado, porém, alguns programas sociais (como o Bolsa Família), a elevação do salário mínimo e recuperação do emprego com remuneração em até três salários respondem mais intensamente pelo resultado”, diz.
Segundo os dois especialistas, as razões dessa desigualdade são históricas. Para o técnico do IBGE, estão intimamente ligadas com o baixo grau de instrução da população. Já Castro acredita que, além das razões históricas, há também explicações políticas e conjunturais. O professor cita desde a questão da formação colonial até a rejeição política para a realização de reformas para minimizar os efeitos da desigualdade. “A política econômica de juros estratosféricos impede o crescimento mais vigoroso e a recuperação mais acentuada do emprego. Também falta decisão política para elevar os gastos sociais em Educação e saúde”, explica. Vale lembrar, no entanto, que soluções para problemas desse tipo e dessa dimensão envolvem, principalmente, uma nova