Auto da barca do inferno
Autor: Gil Vicente.
Título da obra: Auto da Barca do inferno
Ano: 1517 d.C.
Dados biográficos do autor: Gil Vicente teria nascido por volta de 1465, em Guimarães ou em outro lugar na região da Beira. Ao longo de mais de três décadas, Gil Vicente foi um dos principais animadores dos serões da corte, escrevendo, encenando e até representando mais de quarenta autos, entre estes o Auto da Barca do inferno representando o juízo final católico de forma satírica e com forte apelo moral.Gil Vicente foi considerado um autor de transição entre a Idade Média e o Renascimento. A estrutura das suas peças e muitos dos temas tratados foram desenvolvidos a partir do teatro medieval, defendendo, por exemplo, valores religiosos. No entanto, alguns apontam já para uma concepção humanista, assumindo posições críticas.
Resumo:
O auto é escrito em forma de um roteiro pois seria para representação teatral e tem como cenário um porto onde acontecem os julgamentos dos mortos que ali aparecem, sendo decidido por meio de suas ações em vida se entrarão na barca que guia para o inferno ou na que guia para o céu. O primeiro personagem a chegar é um fidalgo. Ele representa a nobreza, e é condenado ao inferno por seus pecados, tirania e luxúria. O diabo, que pelo que indica o livro tem aparência de mulher, ordena ao fidalgo que embarque. Este, arrogante, julga-se merecedor do paraíso, pois deixou muita gente rezando por ele. Recusado pelo anjo, encaminha-se, frustrado, para a barca do inferno; depois vem um agiota que também é julgado e condenado ao inferno e a seguir vem um parvo, cuja o diabo tenta convencer a entrar na barca do inferno mas ao saber o destino vai falar com o anjo que o deixa entrar na barca do céu, em seguida vem um sapateiro que também é condenado ao inferno por enganar seus clientes. Logo após chega o frade com sua amante (olha a contradição) e