Aula 4 Real E A Terceira Moeda Que Mais Perde Forca Ante O Dolar
GUSTAVO PATU
DE BRASÍLIA
19/02/2015 02h00
Em meio a uma tendência global de alta do dólar, o real já acumula em um ano a terceira maior desvalorização entre as moedas das principais economias do mundo –e é provável que a queda tenha de ser maior.
Segundo dados do Banco Central, a moeda norte-americana teve elevação de 18,5% em relação à brasileira nos 12 meses encerrados nesta quarta-feira (18), bem acima da inflação doméstica no período.
Em termos nominais, a taxa só fica abaixo das contabilizadas na Rússia, onde o rublo passou por um colapso no final de 2014, e na zona do euro, região mais fragilizada pela crise internacional.
Os números mostram um avanço quase generalizado do dólar em relação às moedas dos países do G-20 –as economias que têm maior peso na produção global– e o tradicional franco suíço. Trata-se de mais um obstáculo para a recuperação da economia brasileira.
Em quase todo o mundo rico, a desvalorização das moedas é uma ação proposital dos governos: países europeus, Japão e Canadá, entre outros, adotaram a medida para tornar seus produtos mais baratos, fortalecer as exportações e estimular a expansão da renda doméstica.
No caso do real, as perdas foram intensificadas nas últimas semanas devido às incertezas do mercado local. Embora necessária aos objetivos da política econômica, a queda ainda produz mais problemas do que soluções.
A equipe do ministro Joaquim Levy (Fazenda) precisa enfrentar três desafios mais imediatos: estancar as perdas do país nas transações de bens e serviços com o resto do mundo, reequilibrar o Orçamento e conter a inflação.
Editoria de Arte/Folhapress
A desvalorização cambial é o único remédio de resultados rápidos para a primeira mazela, mas tem o efeito colateral de dificultar as duas outras tarefas.
Quando o dólar sobe, os produtos nacionais, cujos custos são medidos em reais, ficam mais baratos no exterior, estimulando as exportações; do outro lado da