Economia Brasileira desde 1980
A década perdida
A chamada década perdida caracterizou-se pela queda nos investimentos e no crescimento do PIB, pelo aumento do déficit publico, pelo crescimento da divida externa e interna e pela ascensão inflacionaria. O PIB apresenta um crescimento médio de 7% entre 1947 e 1980, caindo para 2% entre 1981 e 1990. Em função deste desempenho medíocre do PIB, a renda per capita manteve-se praticamente constante ao longo da década de 1980.
A DÉCADA PERDIDA
Os economistas costumam se referir aos anos 1980 como “década perdida”. Nesse período, a economia brasileira foi marcada por um misto de estagnação econômica e inflação alta. Até os anos 1970, essa soma de inflação mais recessão era algo praticamente desconhecido dentro da teoria econômica. Normalmente, quando há recessão econômica, os preços não costumam aumentar. Nos anos 1970, após o primeiro choque do petróleo, a economia mundial começou a apresentar sinais de desaquecimento acompanhado de aumento de preços. Essa mistura insólita passou a ser chamada de “estagflação”.
Você estudou na aula passada que, em meio à crise mundial gerada pelo primeiro choque do petróleo (1973), o governo militar, através do II PND, resolveu aprofundar o processo de industrialização por substituição de importações. Essa ousada e controversa opção pelo crescimento econômico em meio a uma crise mundial é muito discutida até hoje. Nesse período, os economistas ortodoxos já defendiam a idéia de que a melhor alternativa para o país seria um ajuste recessivo.
Em 1979, como acabamos de ver, Simonsen tentou implementar uma política econômica contencionista, mas foi substituído pelo desenvolvimentista Delfim Netto. Ou seja, nessa época havia no país uma forte pressão pela escolha de políticas desenvolvimentistas. Vamos tentar entender um pouco melhor essa questão.
Inicialmente é preciso enfatizar que os economistas estão divididos em dois grandes grupos.