Aula 4 Democracia Racial
Podemos notar que a maioria dos brasileiros não se veem com olhos da discriminação racial, e não prejudicam ou promovem pessoas baseadas na raça, mas o tema é ainda um campo de discussão muito vasto e que envolve diversas análises e teorias, sendo possível mais de uma resposta, mais de uma análise e assim se tornam um ciclo de discussões.
O Brasil como já sabemos é reconhecido internacionalmente, desde o século XIX, como o país da união de raças. Desde então, visitantes estrangeiros como o argentino José Ingenieros, Louis Agassiz, Louis Couty, o conde André de Gobineau, deixaram relatos sobre a mestiçagem que aqui testemunharam, sempre acompanhadas do ponto de vista pessimista de que a mistura de europeus, índios e negros seria o principal fator do atraso do Brasil. Era um consenso partilhado pela imensa maioria da elite intelectual brasileira; as escassas exceções eram formadas por aqueles que valorizavam o índio. Exemplo isolado de resistência a essas idéias foi o historiador sergipano Manoel Bomfim que, em 1903, denunciou o racismo como instrumento da dominação imperialista. Também cabe lembrar o caso de outro sergipano, Silvio Romero que, apesar de sua posição ambígua a respeito da hierarquia entre as "raças", foi pioneiro na valorização da mestiçagem.
Podemos também observar que o Brasil possui inúmeras evidencias que fazem dele um destaque na politica, cultura, economia e nos aspectos sociais, ao contrário do que as teorias racialistas propunham, nosso país desenvolveu e não se extinguiu. Mas apesar de ter superado este discurso preconceituoso, o Brasil ainda possui resíduo deste passado em meio à sociedade brasileira, o preconceito ainda existe e é extremamente pernicioso, pois ele não é claro, assim como em outras culturas. E é justamente este mito de que aqui existe uma “democracia racial” que deu consequência para que o preconceito se propagasse e não fosse visto como discriminatório ou racista.