Aula 3 O Ofício do Historiador De Certeau
Universidade de São Paulo
Nome: Giovana Massaretto da Silva
N° USP: 6408496
Disciplina: Michel De Certeau, Edward Palmer Thompson e Carlo Ginzburg: Diálogos com a história da educação.
Professora: Maria Angela B. Salvadori
Aula 3: “O Ofício do Historiador (De Certeau)
Escritas e Histórias de Michel de Certeau
Certeau discorre sobre o discurso da separação, no qual o autor considera estar relacionado com a escrita. A História Moderna Ocidental se inicia com a diferenciação entre o passado e o presente, assim a tradição permanece ligada em uma dualidade de dependência e rejeição. O discurso ainda se relaciona com o corpo social; por meio do discurso o corpo mudo pode se expressar. Assim, a realidade se torna presente mesmo que haja um distanciamento do seu objeto.
A cultura Ocidental Moderna se desloca do “eu” para o “outro”. O “outro” pensado como o selvagem, o louco, o terceiro mundo, a criança. As variantes conduzem a um trabalho interpretativo de uma ciência, o qual o autor classifica como uma ciência
“humana”. Certeau afirma que a medicina é um exemplo dessa realidade; o corpo pode ser lido, interpretado e refletido em um espaço de linguagem, parafraseando o autor “o corpo é um código à espera de ser decifrado”.
Nesse contexto, um sujeito letrado e um objeto que se estabelece com uma linguagem desconhecida se interligam em uma ação de deve haver a decodificação daquele objeto nunca antes visto, essa relação é a que se estabelece na medicina, como exemplificado acima e também na historiografia, com aquilo que Certeau chama de
“discursos sobre o outro”.
A divisão clara existente na historiografia não se restringe a determinados espaços temporais (Idade média, por exemplo), mas também a acontecimentos de
caráter de identidade (“Renascimento” ou “Revolução” são exemplos disso). A divisão em grandes blocos da história conduz a falsa interpretação que o discurso “anterior” deve ser morto, aquele passado já foi marcado. Nesse sentido, o corte