aula 1 500 anos de arquitetura
Paulo F. Santos (in Quatro Séculos de Arquitetura)
Como na História Política, a da Arquitetura da Cidade pode ser dividida em três períodos:
COLONIAL, IMPERIAL, REPUBLICANO.
No período COLONIAL, todas as nações colonialistas da época - Espanha, Holanda, França,
Inglaterra -, tinham monopólio de comércio com suas colônias. O nosso só se fazia através de Portugal: comércio de bens materiais e das prendas do espírito também. Exportávamos matérias-primas e exotismos - já houve quem o disse - e recebíamos produtos manufaturados: os da cultura inclusive da arquitetura, nos chegavam de lá prontos para serem aplicados.
As fontes em que Portugal se abastecia estavam muitas vezes fora: na Europa principalmente na Itália, dado o avassalante prestígio da Renascença; um pouco na
Espanha, mais perceptível durante os anos em que as duas coroas estiveram unidas
(1580-1640); e um pouco também na França preponderantemente no século XVIII; mas mesmo nesse século a influência italiana foi maior. Houve muitas outras influências: da mesma Europa e também da Ásia e África, que não cabe citar numa esquisse relativa ao
Brasil.
No que tange às fortificações, por exemplo, à influência italiana - quase a única no século
XVI -, seguiram-se a holandesa na primeira metade do século XVII e a francesa na segunda metade desse século e no XVIII.
Na Itália, nos séculos XVI ao XVIII, a arquitetura teve quatro fases: Renascentista,
Maneirista, Barroca e Rococó. Portugal, depois do magnificente surto Manuelino de curta duração, acusou também com espírito diferente, mas com as mesmas raízes, essas quatro tendências: mais tendências estilísticas do que fases.
A expressão Arquitetura Maneirista empregada em relação a Portugal é relativamente recente. Data do relevo conferido ao Maneirismo pelos eminentes historiadores e críticos de língua inglesa R. Wittkower, Anthony Blunt e Nikolaus Pevsner, em estudos estendidos à arquitetura portuguesa por outros críticos de