Augusto de Campos
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Departamento de Teoria Literária de Literatura Comparada
Trabalho de Teoria Literária I
Prof. Dra. Viviana Bosi
Augusto de Campos: O poeta atômico
Ryuller Maestrelo Novaes do Prado
(8573279)
Gonzalo Aguilar, no livro “Poesia concreta brasileira”, ao apresentar o poema bomba, cita Nelly Novaes Coelho (Diário de São Paulo, 4 de set. de 1974): “A poesia concreta pode ser colocada no mesmo plano que a bomba de Hiroshima” (AGUILAR, pag. 273). Eis o poema:
Este é um poema muito simbólico e famoso de Augusto de Campos. Considerando o signo como um átomo, passamos a entender de forma muito clara a afirmação de Nelly Novaes Coelho. A destruição da poesia “analítico-discursiva” tanto apregoada pelos concretos em sua fase mais ortodoxa, e a negação do verso, do texto que passa suas linhas sobre os olhos do leitor, tomando dele determinado tempo; são fatores centrais para entendermos a poesia de Augusto, até mesmo pós-concretismo, no “retorno ao verso” como queria Aguilar.
Contexto e formação
Foi durante os anos 50. No governo estava JK e toda sua efusão desenvolvimentista. Quando Décio Pignatari e os irmãos Augusto e Haroldo de Campos deram início a movimento Concretista. Um movimento renovador, símile do próprio momento político brasileiro. Como escreve Haroldo (em poesia e modernidade) no livro “O arco-íris branco”:
A “poesia concreta (...) não poderia deixar de refletir esse momento generoso de otimismo projetual”. Como o plano diretor de Brasília, nosso manifesto de 1958 intitulou-se Plano Piloto e propunha “uma responsabilidade integral perante a linguagem, realismo total; contra uma poesia de expressão, subjetiva e hedonista, criar problemas exatos e resolvê-los em termos de linguagem sensível; uma arte geral da palavra, o poema-produto: objeto-útil”. Utilizando-se de um paideuma (conjunto de obras e de autores essenciais) composto por Ezra