August comte e Karl marx
Comte viveu num tempo intermediário entre o apagar das luzes do iluminismo e a era das grandes generalizações em ciência, um tempo em que o mundo natural parecia acessível à força do intelecto, no culminar do pensamento mecânico da Revolução Industrial. Auguste Comte (1798-1857) morreu dois anos antes de Darwin publicar "A Origem das Espécies", em 1859. Também não viveu o suficiente para ver a publicação de "O Capital" (1867-1894), por seus contemporâneos Karl Marx e Friedrich Engels, embora tivesse visto o "Manifesto Comunista". Esse pequeno contexto histórico ajuda a entender a filosofia de Comte.
Não é justo julgar o passado com os critérios do presente, como não faz sentido orientar presente com critérios que não mais se aplicam às novas circunstâncias, como é o caso do positivismo. Comte, por exemplo, desconfiava da introspecção como meio de se obter o conhecimento, pois a mera observação altera e distorce estes estados, e insistia na objetividade da informação. Esse princípio orientou o trabalho dos psicólogos behavioristas do século vinte.
O Socialismo científico foi criado por Karl Marx (1818 - 1883) e Friedrich Engels (1820 - 1895), quando estes desenvolveram a teoria socialista, partindo da análise crítica e científica do próprio capitalismo, em reação contrária as ideias espiritualistas e cientificas.
Ao contrário dos utópicos, Karl Marx e Engels não se preocuparam em pensar como seria uma sociedade ideal. Preocuparam-se, em primeiro lugar, em compreender a dinâmica do capitalismo e para tal estudaram a fundo suas origens, a acumulação prévia de capital, a consolidação da produção capitalista e, mais importante, suas contradições. Perceberam que o capitalismo seria, inevitavelmente, superado e destruído. E, para eles, isso ocorreria na medida em que, na sua dinâmica evolutiva, o capitalismo, necessariamente, geraria os elementos que acabariam por destruí-lo e que determinariam