Atuaria
Luciano Silveira – Ufpel – 2006
Considerações Introdutórias
Uma fundamentação moral, a princípio, e ao menos no que tange à um conhecimento ordinário, deveria partir, em sua formulação, de critérios referenciais encontrados no próprio âmbito da ação do sujeito, inserido assim, em sua própria esfera de ação, a saber: a história ou mesmo a sociedade num conceito amplo. Alguns filósofos assim pensaram e propuseram interessantes teses partindo de tais pressupostos, porém, aqui veremos outro tipo de abordagem, que figura um tanto diferente das propostas anteriores a ela. Refiro-me as proposições de Immanuel Kant (1724-1804). Em suas formulações em relação à filosofia moral, não tem pretensões de um agente moral histórico, ao contrário, ao aprofundar o estudo deste autor percebemos seu distanciamento para com o que é contingente, no tocante a fundamentação que dará sustento e validade moral ao ato do próprio agente. Kant afirma um ser dual, mas, não contraditório. Este ser é dotado tanto de razão como de sensibilidade, porém, no momento de encontrar o princípio do fundamento da moralidade, este ente racional terá de abrir mão do último aspecto. Porém, é importante salientar que, o rigorismo e o formalismo kantiano não são de maneira nenhuma colocados de maneira exacerbada ou em demasia, sendo o intento deste ensaio demonstrar a sua importância assim como sua especificidade delineando alguns referenciais de sua filosofia moral em elementos muito específicos, como fica claro no título deste artigo. Houve críticas a seu formalismo. Porém, mesmo contendo suas restrições e limites, entendo o rigorismo e o formalismo kantiano tão somente como correção a possíveis falhas de teses anteriores, mostrando-se como um forte embasamento para qualquer tese que se pretenda como uma fundamentação moral.
1. Elucidando Os Princípios Morais em Kant
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