Ser um jogador de futebol
Seja naquela mais tenra infância, quando cada um escolhe um jogador preferido e finge que é ele quando chuta uma bola de plástico na rua; seja na adolescência, quando aquele gol na final do campeonato estudantil faz surgir no fundo da sua cabeça um “Barcelona, por que não?”; ou mesmo depois de adulto, quando a jogada mais bonita na pelada te faz pensar que, ok, ao menos uma vaga na defesa do Remo você conseguiria se tivesse se dedicado mais ao futebol e menos ao cardápio do KFC.
Conforme o tempo passa nós entendemos que aquele destino épico como artilheiro dos milhões não vai rolar. Seja porque o joelho não aguentou, porque a vocação é outra ou até mesmo porque mal conseguimos cobrar um lateral sem enrolar os braços e precisar de atendimento médico.
Ao mesmo tempo em que somos obrigados a seguir a vida em empregos menos glamourosos ou respeitados – eu nunca pude fazer um release e dedicar pra todas as crianças carentes do Brasil, por exemplo – vai se formando pra cada um de nós a ideia de que o emprego de jogador de futebol é meio que o melhor trabalho do mundo, a bocada máxima, o Santo Graal das fontes de renda.
Afinal, é um emprego que não precisa de diploma, paga bem, exige poucas horas diárias de dedicação, tem reconhecimento no mundo todo e pode garantir uma aposentadoria bem precoce se o cara souber se organizar. Ou seja: você nunca vai achar nada parecido nem nos classificados e nem no jornal dos