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De acordo com o economista Alfredo Fonceca Peris, o perfil do trabalhador brasileiro passou por diversas mudanças e hoje é bem definido. Se analisar seu papel nas áreas administrativas ou comércio, o funcionário não acompanha a exigência do mercado, já que o perfil do consumidor também foi modificado, estando extremamente exigente. “É possível observar um descompasso no comportamento, já que quando o trabalhador se coloca na condição de consumidor ele também se torna exigente, diferente de quando está prestando algum serviço”.
Já na indústria, esse problema não se tornou uma constante, pois a forma de trabalho do setor difere. Trabalhos padronizados, uma rotina e a pressão estabelecida caracterizam o processo de industrialização. “No caso do trabalhador da indústria há essas características. Os jovens, principalmente, têm dificuldades em aceitar essa preposição. Quando sai do ambiente de total liberdade para um condicionado, onde tenha que cumprir horários, um número exato de tarefas, há certa resistência”, explica Peris.
Não por desleixo, mas pela dificuldade que o trabalhador tem de entender a necessidade de atender as expectativas do consumidor e do mercado, as empresas passam por um momento difícil em relação à mão de obra. Isso ocorre quando, ao ocupar as vagas disponíveis, a pessoa que antes estava desempregada inicia sua prestação de serviço sem a concepção de um atendimento de qualidade e uma produtividade relacionada à demanda da empresa. “Apesar de o setor de serviços ser o que mais cresce no Brasil, passa por dificuldades porque traz muitas pessoas que estavam fora do mercado de trabalho para suprir vagas. Esse pessoal não acompanha a ideia de que não é somente prestar o