Atualização e correção do delineamento de áreas alagáveis da bacia Amazônica
Resumo
A bacia Amazônica é considerada a maior bacia hidrográfica do mundo, com aproximadamente 6.900.000 km² de extensão (Neill et al., 2006). Seu principal curso d’água, o rio Amazonas, possui mais de 3.000 km de extensão, se considerados também seus três principais tributários: Negro, Solimões e Madeira. Ao longo de toda essa extensão são observados ambientes com características geográficas e biológicas distintas, dos quais se destacam as áreas alagáveis, ou wetlands. Os ecossistemas alagáveis amazônicos possuem um alto valor ecológico, devido a suas múltiplas funções. As áreas alagáveis também possuem grande importância socioeconômica, visto que são fonte de recursos para as populações que ali habitam, e têm sofrido constante pressão e degradação (Renó et al., 2011). Um dos maiores desafios no estudo das áreas alagáveis na Amazônia é a sua delimitação e caracterização, tendo em vista a complexidade geológica e biológica destes ambientes e sua extensão continental e sazonalidade. A duração e extensão do pulso de inundação nas planícies do rio Amazonas e seus tributários afetam diretamente as características da vegetação (cobertura, estrutura e diversidade), bem como a dinâmica de circulação e qualidade da água (Affonso et al., 2011; Bonnet et al., 2008; Ferreira, 2000). Por outro lado, diversas áreas interfluviais são sujeitas a eventos de precipitação locais e não seguem o pulso de inundação da bacia, aumentando ainda mais a dificuldade da caracterização da extensão de áreas alagáveis. Técnicas de processamento de dados de sensoriamento remoto tem sido empregadas com sucesso para a caracterização dos ambientes alagáveis na Amazônia, tanto para a delimitação da extensão e duração das inundações (Arnesen et al., 2012; Hess et al. 1995, 2003; Sippel, et al., 1998), quanto para estudos da cobertura e mudanças de uso do solo nestas áreas (Hess et al., 2003; Renó et al.,