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Diário da Manhã
Paulo da Farmácia
19 de abril é o Dia do Índio, instituído pelo presidente Getúlio Vargas por meio do Decreto-Lei 5540 de 1943. Infelizmente, não foi criado em circunstâncias festivas, mas sim para relembrar o dia, em 1940, onde várias lideranças indígenas resolveram participar do Primeiro Congresso Indigenista Interamericano, no México, onde lutavam por melhorias de vida. Na época, eles boicotaram os primeiros dias do evento, temendo que suas reivindicações não fossem ouvidas pelos “homens brancos”.
E hoje, alguma coisa mudou? O que os indígenas têm a comemorar? Nossa realidade carrega ainda, uma imagem distorcida, a começar pelos livros didáticos, onde aprendemos que o Brasil foi descoberto pelos europeus e ignoramos que os índios eram os donos legítimos da terra. Aprendemos que os índios são selvagens, não gostam de trabalhar, são ignorantes e preguiçosos, a eles são direcionados todos os estereótipos e nomes pejorativos. O que comemorar, se eles continuam sendo discriminados, massacrados, expulsos de suas terras e sendo dizimados?
Existiam 5 milhões de indígenas com mais de 1.200 línguas desta categoria. Hoje, são pouco mais de 800 mil; distribuídos em mais de 220 etnias, com 274 línguas indígenas. Existe ainda, média de 53 grupos ainda não contatados, sem falar dos que esperam reconhecimento de sua condição indígena junto ao FUNAI (Órgão Federal Indigenista).
Para comemorar a data, é comum vermos nossas crianças saindo das escolas com os rostos pintados (na grande maioria com pintura corporal de índios americanos) e com enfeites que imitam cocares expostos na cabeça. O que nossas escolas estão ensinando sobre esse povo, sobre essa cultura?
Hoje, existem muitos índios que vivem em casas contempladas com luz elétrica e som. Eles usam roupas, celulares, computadores etc. Muitas pessoas acreditam que estejam perdendo a sua cultura, o que não é verdade. Uma