ATPS - Anahnguera - Economia - Etapa 01
O acesso a atendimento médico e a compra de remédios está pesando mais no orçamento do brasileiro. Nos anos de 2003 a 2009, a despesa das famílias com medicamentos subiu de 44,9% para 48,6% do valor total gasto com saúde, mostra a POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), de 2008/2009, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A aquisição de remédios custou R$ 74,74 por mês naquele período e era de longe o mais alto entre as despesas com assistência à saúde, que somavam em média R$ 153,81. Em seguida o plano de saúde, com valor de R$ 45,86. O terceiro item com maior peso, segundo o IBGE, foram a consulta e o tratamento dentário, com R$ 7,29 (para o período), isto é, 4,7% das despesas totais das famílias com saúde. Na pesquisa, o IBGE observou que há diferenças nos gastos com saúde por faixas de renda.
A hipótese mais provável para explicar o aumento das despesas com remédios é a de encarecimento dos preços dos produtos no Brasil. Os medicamentos no país estão mais caros do que na Europa e nos Estados Unidos. Apesar de haver esforço do governo, como as farmácias populares, o preço é ostensivamente caro se comparado à renda da população. A ascensão da classe C também explica o aumento dos gastos com medicação. Essa fatia da população está começando a usar remédios a que antes não tinha acesso, que não são oferecidos no serviço público e custam mais.
As famílias de menor rendimento gastaram 74,2% de seus orçamentos de saúde com remédios, enquanto para as de maior renda, os remédios representaram apenas 33,6% dos gastos com saúde. “O aumento da renda da população pode ter levado as pessoas a gastarem mais com remédio do que antes. Também esse aumento de renda permitiu, isso é fato, que um maior número de pessoas esteja associado a planos de saúde”, disse o economista Ricardo Teixeira, da Fundação Getulio Vargas. Segundo dados apontados em 2011 pelo Ibope (Pyxis Consumo), o comércio de medicamentos