Rüsen
RAP E JUVENTUDE: FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA HISTÓRICA E A CONSTITUIÇÃO DE IDENTIDADES EM JOVENS ALUNOS.
CURITIBA
2012
DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA A formação de estruturas de pensamento e de competências para se pensar o mundo em termos históricos é o grande objetivo do ensino de História, no entanto, a estrutura escolar atual não dialoga com a formação cultural dos jovens alunos. O espaço escolar esta envolto de uma institucionalização do saber, em que o conhecimento advindo das camadas populares, muitas vezes possui conotação negativa e inferior ao que é estabelecido pelos educadores como erudito e passível de transformar os jovens em “cidadãos críticos” e “emancipados”. Porém, como afirma Jean-Claude Forquin (1993), estes educadores não sabem mais o que verdadeiramente ensinar levando a possibilidade de se discutir uma nova abordagem e metodologia de ensino, elevando, o que Georges Snyders define como “cultura primeira” – as atividades e gostos, ou tudo que envolve cultura, que os alunos desenvolvem fora do espaço escolar e absorvem sem querer –, ao espaço formal de ensino. Deste modo, o que se pretende com este projeto é utilizar um objeto da cultura primeira de muitos alunos da rede pública de ensino de Curitiba no espaço formal da sala de aula, ou seja, compreender o Rap nacional como uma ferramenta para despertar alguns mecanismos básicos para que os jovens alunos despertem a atividade de se pensar historicamente o mundo e, ainda mais, desenvolver a consciência histórica que segundo o filósofo da História Jorn Rüssen é “articular o passado como experiência e o presente e o futuro como campos de ação orientados pelo passado e tem como funções essenciais a orientação temporal e a criação de identidades individuais ou coletivas”. O objetivo de se utilizar música como uma ferramenta cultural no processo de desenvolvimento do conhecimento histórico se dá pelo fato da importância que os