Atps adm produção
A cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo, ganhou a atenção dos colunistas sociais graças a dois hóspedes ilustres: o ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, do antigo Banco Santo, e Antonio Carlos Piva de Albuquerque, sócio e irmão de Eliana Tranchesi, dona da butique Daslu. Desde a semana passada, ambos estão trancafiados no Centro de Detenção Provisória da cidade, conhecido entre a bandidagem como CDP de Guarulhos. O sócio da Daslu tirou o passaporte para a cadeia depois que a Receita Federal descobriu que a loja, da qual ele é diretor financeiro, continua no ramo do contrabando. Já Edemar ganhou sua passagem para o CDP por obstruir a Justiça. Ele tentava convencer o governo de Antígua e Barbuda, no Caribe, a ocultar informações bancárias suas dos juízes brasileiros.
Edemar mantinha em Antígua negócios de deixar boquiaberta a turma do PCC, hoje sua vizinha. Na ilha caribenha, o ex-banqueiro fundou o Bank of Europe, uma instituição de fachada que servia apenas como entreposto para o dinheiro que clientes brasileiros de Edemar possuíam ilegalmente no exterior. Tão logo eram depositados em Antígua, os recursos eram transferidos para bancos de primeira linha em países ricos. Quando o Banco Santos quebrou, os clientes de Edemar descobriram que o banqueiro havia se apropriado de boa parte do seu patrimônio financeiro. Documentos obtidos por VEJA mostram que ele lesou noventa grandes investidores e torrou 250 milhões de dólares das economias alheias para construir, mobiliar e decorar sua mansão de 4.100 metros quadrados em São Paulo. O imóvel abriga tantas obras de arte que a Justiça brasileira já tentou até transformá-lo em museu público. Mais: Edemar desviou 180 milhões de dólares dos clientes para a conta de sua mulher, Marcia Cid Ferreira, no Bank of America.
O golpe de Edemar funcionava assim: os gerentes do Banco Santos convenciam grandes investidores a aplicar num fundo de investimentos do Bank of Europe. O dinheiro, no entanto, ia direto para