Atomo de Borh
Destaque em Física, semana de 21 de novembro de 2013.
Há exatamente um século, o físico dinamarquês Niels Bohr iniciaria a integração da física atômica com a teoria quântica, um caminho sem volta que levaria ao desvendamento dos mistérios dos componentes mais elementares da matéria. E o chamado modelo do átomo de Bohr continua abrindo caminhos, como registrado no último número (Vol. 35, número 4) da Revista Brasileira de Ensino de Física (RBEF).
Comemorar estes 100 anos é comprovar a importância que o estabelecimento dos modelos quânticos teve no desenvolvimento cientifico e tecnológico. Seria possível imaginar a moderna indústria sem esse conhecimento? Como teríamos evoluído no mundo das comunicações sem os lasers? A coragem de Bohr de propor novos conceitos que extrapolavam as ideias de quantização do campo eletromagnético, na época, é algo admirável.
No primeiro artigo deste número da RBEF – “Os 100 anos do atomo de Bohr” – os autores F.A.G. Parente, A.C.F. dos Santos e A.C. Tort, professores do Colégio Pedro II e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, assinalam que o modelo tem valioso apelo didático: “Para muitos estudantes, ainda é a porta de entrada para o mundo fascinante da estrutura interna da matéria.”
Até 1913, não havia modelo satisfatório que explicasse até mesmo o mais simples dos átomos – o de hidrogênio, que consiste em um elétron orbitando um único próton.
Bohr consagrou a clássica (embora equivocada) imagem de elétrons orbitando o núcleo atômico como se o átomo fosse um sistema solar em miniatura. Mas sua grande contribuição foi incluir no modelo a noção de níveis de energia – emprestada de Max Planck, o criador do conceito de quanta, a ideia de que a energia só pode ser transmitida em pacotes discretos, indivisíveis. O conceito do quantum ajudou a explicar diversos fenômenos, como a descrição do espectro de corpo negro, que assolava os físicos do fim do século 19. Mas ele só começou a ganhar