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Globalização, competição, modernização, estabilização. Para 63% dos nossos trabalhadores, essas palavras causam grande perturbação. É o que revela a pesquisa do Ibop, encomendada pele Confederação nacional das Indústrias (CNI).
A globalização incendeia a competição que desencadeia a modernização – com ou sem estabilização. O processo é darwiniano: a vitória do mais capaz na corrida dos desiguais. A modernização das empresas é um jogo bruto de dois tempos: no primeiro, destruição de empregos ruins, obsoletos, aviltados. No segundo, (re)criação de empregos bons, modernos, valorizados. Eis a questão de fundo. A modernização significa sofrimento transitório de 7% de desempregados em troca de benefício permanente de 93% de ocupados. Estes, a bordo de empresas que se modernizam, passam a realizar dentro delas um trabalho melhor por salário maior; ou por uma realização pessoal mais gratificante no próprio ambiente de trabalho. No primeiro tempo do jogo bruto, dá-se menos uma redução do emprego e mais uma migração de emprego. No momento brasileiro, a inflação já ronda 5% ao ano, mais o PIB está abaixo de 3,5%. Por culpa da modernização? Não. Por obra e (des)graça de políticas monetárias e fiscais massacrantes e punitivas, porque reféns de um setor público anacrônico e perdulário. A chamada crise fiscal é o grande vilão do mercado de trabalho. Ela zera a capacidade de investir ( e de empregar) do setor público e estiola a vontade de empreender do setor privado, sob o questão de créditos curtos e caros e de impostos pesados e iníquos. Voltemos à modernização. No segundo tempo do mesmo jogo bruto, as empresas passam a realizar produtos e serviços cada vez melhores, a custos e preços cada vez melhores. Isso beneficia os acionistas, os trabalhadores e os consumidores. Acionistas gratificados ampliam (re)investimento no negócio. Trabalhadores reciclados, mais produtivos, participam dos resultados na qualidade do trabalho (e do salário). Consumidores