atividades de espanhol
Eu nasci além dos mares:
Os meus lares,
Meus amores ficam lá!
- Onde canta nos retiros
Seus suspiros,
Suspiros o sabiá! (ABREU, 2010)
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá. (DIAS, 1958)
A apropriação de um discurso presente em uma outra obra para, a partir dele, se construir um novo discurso, é uma constante na literatura de um modo geral. A paródia se apropria de um discurso, rompendo com ele sutil ou abertamente. O diálogo entre textos presente na paródia se compõe de vozes que, além de serem distintas e emitidas de uma para outra, se colocam em sua totalidade de forma antagônica. Portanto, o autor emprega a fala de um outro intencionado em se opor diretamente a ela. Pode se dar de forma séria, ainda que irônica, ao se tratar de uma poesia engajada, por exemplo, ou ser marcada pelo riso e pela ironia, ao desconstruir uma idéia mitológica, como o mito da infância no poema “Meus oito anos”, de Casimiro de Abreu, parodiado por Oswald Andrade, em “Meus sete anos”.
De certa forma, a paródia está sempre presente na literatura e na sociedade, de um modo geral,
Na paródia, apesar de um autor se colocar em uma postura discordante à do discurso do qual se apropria, pode ainda assim prestar uma homenagem ao texto retomado ou ao seu autor. Assim o faz Adélia Prado em muitos de seus poemas, nos quais parodia textos de Carlos Drummond de Andrade por se dizer sua leitora