Aterro sobre solos moles
Método recém-chegado ao Brasil estabiliza solos criando colunas de brita produzidas por vibrocompactação. Sistema promete melhorar a drenagem e tempo gasto nas fundações
Por Eliane Quinalia
Utilizada desde 1936 na Europa e, posteriormente, na América do Norte, Ásia e África, a técnica empregada para a estabilização de áreas com baixa capacidade de suporte (solos moles) desenvolvida por Johann Keller, fundador da Keller Grundbau, começa a ser difundida também no Brasil. Duas obras concluídas em dezembro de 2008 - o complexo industrial da ThyssenKrupp em Santa Cruz (RJ) e outra na Rodovia BR 101, em Joinville (SC) - são as primeiras a aplicar a técnica de reforço com brita.
O método usado no tratamento profundo de solos de baixa capacidade de suporte, coesivos ou não-coesivos (com areias e substratos granulares), tem chamado a atenção por permitir não só o aumento da densidade e resistência ao corte - tradicionais em técnicas que visam à estabilização de terrenos -, mas também pela redução da compressibilidade do solo proporcionada e, principalmente, por alterar a permeabilidade do solo, melhorando as condições de drenagem.
Na prática, isso significa que colunas de brita são inseridas no solo por vibrossubstituição - cuja compactação é controlada eletronicamente com diâmetros que variam de 0,70 m até 1,2 m -, proporcionando grandes drenos verticais que aceleram a expulsão da água do solo. Nesse processo, as colunas são formadas por um vibrador "trémie" (com crivo e tremonha na extremidade superior), responsável pela passagem ascendente da brita por ar comprimido, que permite a estabilização de diversos pontos em um terreno.
Entretanto, antes de determinar qual o melhor método a seguir, é preciso distinguir a finalidade do tratamento de cada solo (ver métodos para reforço de solos). Em solos não-coesivos, por exemplo, utiliza-se a técnica de vibrocompactação, no qual não se adiciona qualquer material