Atentado em sarajevo
O assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando em 1914, que entrou para a história como estopim da Primeira Guerra Mundial, não foi um ataque isolado. No mesmo dia, o herdeiro do trono austro-húngaro já havia escapado da morte por Frédéric Guelton
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A história é conhecida: no dia 28 de junho de 1914, enquanto o cortejo de Francisco Ferdinando, o arquiduque do Império AustroHúngaro, passava por Sarajevo,
Gavrilo Princip se posicionou numa esquina e atirou, atingindo o arquiduque e sua esposa. Os dois morreram, e o ataque foi a causa imediata da guerra de
1914-1918. O que não se diz muito é que, nesse mesmo dia,
Francisco Ferdinando já havia escapado de um primeiro atentado. E mais: foi por acaso que Gavrilo Princip o matou, assim como sua esposa, um
Arquiduque Francisco Ferdinando e sua esposa, a duquesa de Hohenberg, deixam a prefeitura minutos antes de seu assassinato pouco mais tarde. De acordo com depoimentos recolhidos pela polícia, as atas dos processos – o último ocorreu na Iugoslávia, em 1953 – e as investigações dos historiadores e jornalistas, é possível reconstituir o que aconteceu no fatídico 28 de junho de 1914.
Tudo começou em 1913, em Viena, quando o herdeiro do trono, o arquiduque Francisco
Ferdinando, resolveu que, no ano seguinte, iria inspecionar as tropas da guarnição na
Bósnia-Herzegovina. Sua mulher, Sofia, o acompanharia. Quebrando a etiqueta imperial, ela, uma esposa morganática, seria autorizada a aparecer a seu lado, até mesmo no dia 28 de junho, data que lembrava a Francisco Ferdinando a humilhação sofrida, em 1900, às vésperas de seu casamento, quando teve de renunciar ao trono por seus filhos.
A data representava também, para os jovens sérvios da Bósnia-Herzegovina, que haviam se tornado súditos do império austríaco em 1908, outro símbolo: a derrota diante dos otomanos em 1389, durante a Batalha de Kosovo Polje, que representou o domínio turco sobre a