AT 3 Educar Para O Pensar
A importância do pensar e do pensamento é teórica e verbalmente reconhecida. Ansiamos que nossas crianças sejam capazes de pensar por si mesmas, de autodirigir-se, de meditar e refletir; não queremos que sejam precipitadas em seus juízos.
Porém, por que queremos tudo? Em parte, porque supomos que a sobrevivência depende desses fatores, quem sabe porque pensamos que o ser humano não pode ser tolo e simultaneamente livre. A sociedade livre que nos esforçamos por construir exige uma inteligência também livre.
Pouco tempo durará a liberdade e a independência ao povo que não possa ou que não queira pensar sobre seus problemas. Não cabe dúvida de que os pilares de toda sociedade democrática são a capacidade de compartilhar as ideias e empregar a inteligência (RATHS et al., 1971, p.21).
Desta forma, consideramos que o pensar é a articulação racional que fazemos ao questionar e criticar conhecimentos cristalizados ou as relações de poder e autoridade presentes na sociedade. Convencionalmente, identifica-se uma propensão para cultivar a disciplina e docilidade de um pensar receptivo e passivo ao invés de educar um pensar critico, criativo e investigativo. Certamente, é mais fácil ensinar a um grupo de alunos passivos e submissos do que aguçar para um pensar inquieto e desafiador. Porque este, uma vez recuperado, questiona os conhecimentos dogmatizados e a ideia subjetiva de autoridade de um saber arbitrário. Muitos professores sabem da importância de se ensinar a pensar, porém desconhecem os caminhos que promovem este pensar.
Muitos alunos, professores e pais ainda entendem que a aprendizagem é mais eficaz quando a escola se aplica na pura transferência das principais informações dos conhecimentos tidos como verdadeiros. Notamos que esta é uma tendência conservadora, que busca apenas repassar as habilidades básicas de ler, escrever, contar e memorizar informações convencionadas. Esta atitude de pais, professores e alunos tende a desencadear limites