O texto refere-se ao processo de desvelamento do que se oculta nas práticas cotidianas dos Assistentes Sociais, tendo a ação investigativa como instrumento. Tal formação acadêmica deverá primar pela constituição integral do aluno, futuro profissional, através da capacitação teórico-metodológica crítica e ético-política, como condição fundamental para o exercício profissional, subsidiada pela adoção da teoria social crítica (marxismo) que possibilita o deciframento da realidade social e as contradições estruturais geradas pelo capitalismo, o conhecimento do ser social enquanto sujeito histórico e a compreensão da profissão como produto da divisão social e técnica do trabalho. Neste sentido, gostaria de acrescentar que apesar de fundamentos marxistas e análises dialéticas, faz-se necessário agregar o pensar filosófico, a fim de refletir e questionar sobre verdades e valores postos, sobre a realidade, qualquer que seja ela; pois geralmente esta possível aproximação fica restrita ao ensino acadêmico da história da Filosofia e de suas correntes. Desse modo, acredita-se que tal pensar ontológico deve permeia a formação profissional do Assistente Social e contribuir para gerar inquietudes frente à realidade posta. A transição da formação acadêmica à profissional requer a desconstrução da concepção dicotômica onde de um lado o profissional produz conhecimento na academia, e de outro o profissional aplica na prática. Visto que o objeto de investigação e intervenção é o mesmo, a velha-nova e fragmentada questão social, que mobiliza saberes (aparatos teóricos, instrumentais, legais, éticos e pedagógicos) para o seu enfrentamento considerando as demandas institucionais e dos usuários dos serviços sociais. Neste sentido, se propõe que tal exercício possibilite repensar criticamente e reconstruir criativamente as práticas cotidianas muitas vezes rotineiras, instituídas hierarquicamente, burocratizadas e pragmáticas, bem como refletir sobre as novas demandas profissionais