Assistente social - espaço de trabalho
Reflexões Iniciais
Em princípio, é preciso considerar que sua identificação e conseqüente e simultânea legitimação na esfera social, estão associadas à prestação de serviços de assistência, em relação à qual existe uma demanda concreta no nível das instituições públicas e privadas.[i] Ao mesmo tempo, é importante frisar que esse trabalhador é caracterizado, no processo social de trabalho, numa dada totalidade social, enquanto inserido na produção de serviços sociais, logo ocupando uma função na divisão sociotécnica do trabalho, em relação à qual sua valorização é atribuída. Nesta função, desenvolve atividades específicas circunscritas numa determinada instituição social: é um indivíduo ativo, produtivo, relacionado e engajado num processo de produção de serviços através de seu trabalho. Assim sendo, sua atividade permite-lhe objetivar-se, ao mesmo tempo que lhe é estruturante, vez que este processo polariza não apenas seu intelecto e suas energias físicas, mas o contempla em suas múltiplas dimensões, possibilitando-lhe expressar-se e se circunscrever. Trata-se, portanto, de uma atividade que envolve o homem na produção de si, no mesmo movimento da produção social e simbólica, numa relação de unidade e luta com a natureza, em cujo embate ele a transforma e é por ela transformado. O que caracteriza o homem nesse processo de construção, é que, a um só tempo, ele é individual e social. E é nessa articulação que tal construção adquire sentido, pois é nessa relação que se faz a transformação no domínio de tudo que o cerca.
Na perspectiva assumida neste trabalho, a natureza e o fazer do homem sintetizam uma relação que se expressa numa transformação contínua daquele que se faz homem. Não são grandes transformações; são sutis e geram novas lutas, novas sínteses, sempre provisórias e potencialmente transformáveis. Nesse processo, tem-se a humanização do homem frente ao outro, e a