Assim falava Zaratustra
Zaratustra, com 30 anos de idade, isola-se do mundo e passa por um processo de autoconhecimento. Depois de 10 anos sente uma necessidade imperiosa de anunciar o que pensara nos dias de seu resguardo. Desce de sua caverna nas montanhas para dirigir suas palavras aos cidadãos. Em praça pública afirma que o homem é algo que deve ser superado e promete ensinar a doutrina do super-homem. Pede então aos que estavam ouvindo-lhe que permaneçam fiéis à terra e que não acreditem em nada que seja exterior a ela. Critica os pregadores do cristianismo, os que prometem ganhos além da terra. Chama-os de envenenadores e desprezadores da vida.
Zaratustra não expões doutrinas e não impõe preceitos. Limita-se a partilhar ensinamentos e comungar vivências. Nesse livro Nietzsche jamais lança mão da linguagem conceitual. As posições que avança tampouco se baseiam em argumentos ou razões. Assentam-se em vivências, recusando teorias e doutrinas e rejeitando a erudição, apelando para a experiência singular.
Nietzsche nessa obra anuncia a filosofia do super-homem que deveria derrotar a moral cristã e todo ascetismo servil. Para ele Deus morreu, por isso, a derrota da moral cristã é possível. A morte de Deus não significa a negação porque seu pensamento ainda permaneceria na metafisica. Junto com a morte de Deus, morre também qualquer tipo de fundamento supremo, verdade e valores éticos absolutos. Ele recusa o pensamento que se julga portador de verdades e princípios universais, tendo o niilismo como caminho para o surgimento do super-homem. O niilismo representa o vazio, a completa destruição de verdades e fundamentos, a perda de referenciais, o nada. Os valores não são transcendentes, mas são produto humano, relativos e temporais. Um dos propósitos do autor é diagnosticar os valores estabelecidos. Ele introduz a noção de valor, operando uma subversão crítica. Nietzsche quer evidenciar que os valores “bem” e “mal” forma criados em algum momento em algum