Aspetos históricos da saúde e segurança do trabalhaddor

Aspectos Históricos da Saúde e Segurança do Trabalhador
Manoel Gomes de Sousa[1]

A existência do homem no planeta é uma resultante do uso de sua capacidade criativa para o desenvolvimento de tecnologias garantidoras de sua sobrevivência ao longo da história, dessa forma as atividades laborais nasceram com o homem, bem como as necessidades de se manter saudável para o seu exercício. Assim sendo, os riscos profissionais compuseram os propósitos do homem ao lograr sua subsistência. As descrições sobre agravos a saúde dos trabalhadores remontam de longa existência. Hipócrates (460 a.c. - 377 a.c.), ou seja, quatro séculos antes de Cristo, refere moléstias entre mineiros e metalúrgicos - cólica provocada pelo chumbo no trabalho de extração de metais. Também Plínio, o Velho (79 a.c. - 23 a.c.), enciclopedista médico romano, que viveu antes da era cristã, descreveu acometimento do pulmão de mineiros e o envenenamento consequente do manuseio de compostos de enxofre e zinco, uma típica doença dos escravos que trabalhavam nas minas e pedreiras do Império. No século II da era cristã, Galeno, refere adoecimento profissional em trabalhadores das ilhas do mediterrâneo. A investigação de doenças ocupacionais, ganha uma publicação no Século XVI, sob a responsabilidade de Georgius Agrícola, médico e naturalista alemão, cujo título foi “De Re Metallica”. Este livro descreve métodos de ventilação e de proteção individual usados nas minas, bem como os acidentes de trabalho e as doenças dos mineiros, como a dificuldade em respirar e a destruição dos pulmões, causadas pela inalação de poeiras pelo envolvimento com a extração e fundição de ouro e prata, destacando-se a chamada “asma dos mineiros”, cuja descrição dos achados, envolvendo sintomas e evoluções da doença, indicam que se tratava de silicose. Já no século XVII as relações entre trabalho e doença são objeto do estudo acadêmico de outro alemão, Paracelso (1493-1541), que também foi médico de mineiros.