ASPECTOS SINGULARES DA PAISAGEM NA REGIÃO CENTRAL DE SÃO PAULO
A região central de São Paulo constitui um espaço caracterizado por uma paisagem única, impregnada por diferentes elementos construídos que adquirem uma potência iconográfica e simbólica. Certamente guarda evidências de um passado urbanístico e arquitetônico resultante de uma dinâmica histórica, econômica, política e cultural muito rica e complexa:
A história, ao avançar, o faz por períodos que vão sugerindo, cada um, a emergência do outro, evidenciados por formas e estruturas (geográficas), processo e conteúdos (trabalho e técnica) que possibilitam o surgimento de materialidades distintas no processo de formação da metrópole (SOUZA, 1994, p. 28).
É como apontam inúmeros estudos, uma região onde aflora grande diversidade sociocultural, constituída por espaços que a partir de sua evolução histórica, adquirem um caráter emblemático enquanto paisagem construída, pois como nos lembra Milton Santos (1985), a paisagem deve ser observada como uma realidade visível, percebida por formas, conteúdos, estruturas e processos que são construídos por agentes ligados a uma cadeia produtiva e uma cultural comum; ou ainda, “representante e depositária dos significados simbólicos do sistema de valores de uma sociedade” (XAVIER, 2007, p. 21).
É a partir da observação dessa mesma paisagem que julgamos possível a identificação e a caracterização de algumas lógicas de composição do extrato físico nessa fração do território metropolitano. Partimos do pressuposto que, os elementos de constituição da materialidade urbana, ainda que gerada em tempos diferentes, apresentam uma capacidade comunicativa através da interpretação de seus símbolos.
Mas de modo sintético, quais seriam alguns dos aspectos singulares de maior representatividade no cenário paisagístico da região central?
Primeiramente, consideramos importante esclarecer que, neste contexto, a área identificada como região central da cidade corresponde ao