asas
Não estaríamos sendo pretensiosos se tentamos criar um conceito de corpo e seus referentes fisiológicos para firmar uma categoria filosófica que possa estabelecer vínculos teóricos e práticos com a Educação Física. O corpo humano, a partir do sentido que expressa a sua anatomia já nos indica a necessidade de reflexão. Pensar sobre o corpo, por assim dizendo, seria o mesmo que agir, uma transposição de linguagens nas quais precisaríamos de um referencial novo, ou seja, compreender um fenômeno original do sentido do organismo desde a sua natureza física até o sentido mais rigoroso de percepção . Essa ligação me estende com o resto das coisas. Tão próximo de mim está o meu contorno, que se interpõe como fronteira ilimitada e que as relações de espaço ordinário não transpõem jamais. Elas não estão desdobradas uma com as outras, mas sim envolvidas. Da mesma maneira que o corpo na sua totalidade não se resume a uma reunião de células, órgãos, ou sistemas de funcionalidade, não têm a posse material de um organismo e sim eu sou a existência orgânica.1
Podemos compreender a motricidade como um conceito primordial de expressão corporal, tanto orgânica como psíquica. A motricidade antecede o ato motor, que por sua vez fornece o gesto complexo como tradução perpétua em linguagem visual, das impressões cinestésicas e articulares. A rigor, ato e pensamento se estruturam onto e filogeneticamente, ou seja muito além da configuração físico-química.
A motricidade mais profunda está na linguagem, uma espécie de jogo humano primordial, talvez o primeiro entendimento humano na sua comunicação com o mundo. Poderíamos entender a linguagem como sendo a casa do ser, o jogo mais profundo, o vaivém lúdico, o lugar polissêmico entre a palavra e as coisas, uma relação dialética entre aparência e realidade.
Nos fenômenos da natureza e da cultura, na trilha do comportamento humano e animal, há uma motricidade peculiar, produto de um sentimento