As transformações das primeiras décadas do século XX
1.1 . Um novo equilíbrio político
A geografia política após a Primeira Guerra Mundial
A primeira Guerra Mundial terminou com a vitória das democracias do Ocidente Europeu sobre os velhos impérios da Europa Central e império Otomano. O velho império Russo, em consequência da Revolução Socialista de 1917, deu lugar a uma nova unidade geopolítica republicana de partido único, a URSS, com consideráveis prejuízos territoriais. Perdeu territórios para a nova Polónia e para a Ucrânia, abandonou os seus interesses geostratégicos sobre a Finlândia e assistiu à emancipação dos estados bálticos da Estónia, Letónia e Lituânia. Os outros impérios foram desmembrados em consequência dos acordos de paz. O Império Alemão abandonou territórios que passaram a integrar a Polónia e perdeu definitivamente as regiões da Alsácia e da Lorena que regressaram à soberania francesa. Outros territórios contribuíram para o alargamento das fronteiras da Bélgica, Dinamarca e Checoslováquia. Limitado no seu espaço, o velho império deu lugar a uma nova Alemanha que pôs fim à monarquia e instaurou a república. Sobre os escombros do império Austro-Húngaro nasceram os novos estados da Áustria, Hungria e antiga Checoslováquia. Os outros territórios foram integrados nas fronteiras da Itália, da Roménia, da antiga Jugoslávia que se constituía como um novo país independente, e da Polónia geograficamente reconstituída. O império Otomano, herdeiro do antigo Império Romano do Oriente, viu o seu espaço reduzido à atual Turquia, depois de perder os seus vastos domínios espalhados por todo o Médio Oriente, onde nasceram novos estados: a antiga Mesopotâmia deu lugar ao atual Iraque, que se manteve sob influência britânica. A Síria e o Líbano constituíram-se como protetorados da França. Entretanto, outros estados unilateralmente independentes viram a sua luta reconhecida pela comunidade internacional e passaram a afirmar-se